Redução salarial: entenda quando o empregador pode diminuir o salário do funcionário

  • 18/04/2024
(Foto: Reprodução)
A medida pode ser aplicada por empresas que comprovem situação de dificuldade econômica. Tire dúvidas sobre como funciona a redução. Medida pode ser aplicada por empresas que comprovem situação de dificuldade econômica Caíque Rodrigues/g1 RR/Arquivo Quando o termo reajuste salarial surge dentro de uma empresa é comum pensar que os funcionários receberão um aumento no holerite. Porém, esse ajuste também pode significar a redução do salário. A medida, que tem previsão legal, é uma solução para os empregadores manterem o número de funcionários mesmo diante de situações de fragilidade econômica. A Eletrobras, por exemplo, apresentou nesta quarta-feira (17) uma proposta aos sindicatos que prevê a redução de 12,2% na remuneração de empregados que recebem até R$ 15,5 mil. Ou seja, quem recebe esse valor pode ter um corte de mais de R$ 1,9 mil por mês na folha de pagamento. A proposta, feita pela nova gestão que assumiu a Eletrobras após a privatização em 2022, faz parte de um processo de redução de custos e do lançamento de um plano de demissão voluntária com o objetivo de "enxugar" a companhia (entenda mais abaixo). O g1 conversou com três advogados especialistas em direito trabalhista para te ajudar a entender mais sobre a redução salarial. Abaixo, você vai descobrir: 💸 O que é a redução salarial? ⚖️ Quais são as condições? 🧮 De até quanto pode ser o desconto? 📅 A redução salarial é temporária? ⚡ Por que a Eletrobras quer fazer cortes salariais? 1. O que é a redução salarial? A redução salarial é a prática de diminuir temporariamente a remuneração dos trabalhadores. Essa medida é autorizada pela legislação brasileira desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, conforme disposto no artigo 7º, segundo o advogado Maurício Corrêa da Veiga. No entanto, ela só é permitida através de uma Convenção Coletiva de Trabalho, que é um acordo feito entre empregadores e sindicatos. "A legislação autoriza esse tipo de negociação por entender que o sindicato, além de ser o representante dos empregados, tem força para negociar outros benefícios para fazerem frente a essa redução", explica a advogada e mestre em direito do trabalho, pela Universidade de São Paulo (USP), Priscila Soeiro Moreira. 2. Quais são as condições? A redução é autorizada a empregadores que comprovarem, juridicamente, que passam por instabilidade econômica. Durante a pandemia da Covid-19, as normas foram editadas e passaram a autorizar também a redução por meio da diminuição da jornada de trabalho. "A situação da pandemia foi uma peculiaridade, mas mesmo depois de passado esse período é possível fazer a redução salarial (através da diminuição do expediente) desde que acordada por negociação coletiva", afirma Ronaldo Tolentino, advogado trabalhista e sócio da Ferraz dos Passos Advocacia. 3. De até quanto pode ser o desconto? A legislação brasileira permite a redução de até 25% da remuneração dos funcionários. Porém, esse percentual pode ser maior se for feita uma negociação com o sindicato. Vale ressaltar que até mesmo os trabalhadores que recebem o salário-mínimo podem ser afetados, apesar da Constituição Federal estipular que esse valor não pode ser reduzido. "Na negociação, esses empregados poderiam ter um trato diferenciado, recebendo, por exemplo, algum benefício a mais ou maior que outros", completa a advogada Priscila. Em contrapartida, os salários acima de R$ 15,5 mil podem ser reduzidos fora do acordo coletivo, feito entre sindicato e empregador. 4. A redução salarial é temporária? O período da redução dependerá do que foi estabelecido entre as partes (empresa e sindicato). Após o prazo estipulado, a realidade contratual volta a ser a de antes da negociação. É importante destacar que um acordo coletivo não pode ter duração maior de dois anos. Após esse prazo, sem que seja firmado um novo acordo nos mesmos termos, tudo o que foi negociação perde vigência. 5. Por que a Eletrobras quer fazer cortes salariais? A nova gestão que assumiu a Eletrobras após a privatização - em uma chapa composta por alguns dos acionistas privados - iniciou um processo de redução de custos e lançamento de planos de demissão voluntária com o objetivo de "enxugar" a companhia. A Eletrobras foi privatizada em junho de 2022. O Estado brasileiro continuou acionista da companhia, embora não tenha mais controle acionário. Desde a mudança, a companhia tem negociado um acordo coletivo com sindicatos representantes. Entre outros pontos, a proposta prevê corte de 12,5% em salários e a autorização para "demissões em massa", hoje proibidas. Leia ainda Assista também Short friday: sair mais cedo do trabalho às sextas já é realidade em algumas empresas Funcionário pode pedir reembolso por gastos com viagem de férias? O que diz quem passa pelo teste da semana de 4 dias no Brasil

FONTE: https://g1.globo.com/trabalho-e-carreira/noticia/2024/04/18/reducao-salarial-entenda-quando-o-empregador-pode-diminuir-o-salario-do-funcionario.ghtml


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